Vivemos numa sociedade onde somos bombardeados a todo momento com necessidades que nem sabemos se realmente temos. Não paramos para refletir e questionar sobre nossos valores e objetivos de vida, simplesmente seguimos o fluxo, repetindo o comportamento da massa como se fosse uma verdade absoluta.
Crescemos aprendendo a sonhar alto, a perseguir objetivos nem sempre tangíveis, e a vencer sempre. Para isso trabalhamos demais e nos exigimos na mesma medida, uma fórmula cujo resultado quase sempre é a frustração.
Não é de se admirar o número alarmante de pessoas com depressão. Segundo a Organização Mundial de Saúde, até 2020, esta será a doença mais incapacitante do planeta.
Impiedosa, a depressão atinge a todas idades, gêneros e classes sociais. Uma em cada cinco pessoas será acometida durante a vida em algum grau.
Agora imaginem como é lidar com essa doença, já que para muitos ela significa fraqueza, fracasso pessoal, uma incompetência em gerir as próprias emoções. Na verdade ela advém da luta contra as adversidades da vida, das frustrações, desapontamentos e exigências extremas, além de um possível traço de personalidade ou talvez uma herança genética.
Esse estigma social é um dos mais difíceis obstáculos para a busca de ajuda e consequente recuperação das pessoas que sofrem de depressão. Quando se percebe, a autonomia, independência e qualidade de vida, já foram afetadas.
À título de esclarecimento, alguns dos sintomas observáveis são: autodesvalorização, desesperança, baixa produtividade, sentimento de inadequação, retraimento social, o humor irritável e a incapacidade ou desinteresse em fazer planos para o futuro.
Para enfrentar essa doença, o tratamento ideal ainda é a combinação de atendimento psiquiátrico e psicológico.
Que fique muito claro, depressão não é igual a tristeza e desânimos passageiros e muito menos a fraqueza, ela é uma doença que precisa ser reconhecida e tratada.
Há uma frase muito bonita de um autor desconhecido que diz mais ou menos assim, “depressão não é sinal de fraqueza, é sinal de que você permaneceu forte por muito tempo”.
Creio que vale a reflexão.
Psicóloga Clínica Marílis Almeida