O diferente tende a ser visto como ameaça, algo que assusta, e por isso nos acostumamos a recriminar e rejeitar. E a orientação sexual não é distinto.
Por ser uma questão desconfortável para muitos, torna-se um assunto nebuloso, fazendo com que alguns conceitos não sejam compreendidos. Um deles é a diferença entre orientação sexual e de gênero. A saber, a orientação sexual diz respeito ao sexo (os) pela qual a pessoa sente atração, já a identidade sexual se refere à percepção de gênero sexual que a pessoa tem de si própria.
Mas quando uma pessoa percebe que sente atração por alguém do mesmo sexo? Ainda não existem estudos conclusivos a esse respeito, 0 que se tem conhecimento é que pode ocorrer entre os 8 e os 16 anos.
Agora imaginem o que sente um pré-adolescente ao se perceber atraído por alguém do mesmo sexo. Fica tudo muito confuso, afinal não foi o que aprendeu, questionamentos surgem, e invariavelmente são acompanhados de angústia. Tudo isso como resultado do preconceito e da falta de informação e diálogo dentro das famílias, escolas e sociedade em geral.
O que observamos é que o jovem passa a viver escondendo sua verdadeira natureza com medo de sofrer preconceito, violência, bullying e ser banido dos grupos aos quais pertence. Este comportamento é perigoso, pois pode desencadear quadros de depressão na medida em que o jovem passa a ter uma imagem distorcida e negativa a respeito de si mesmo.
Felizmente, pesquisas revelam que a família, amigos e escola são pontos importantes para diminuir os impactos negativos dessas experiências.
Especialmente em se tratando dos pais, existe uma oportunidade poderosa e única de exercer a compreensão e aceitação para apoiar o desenvolvimento saudável da identidade de seus filhos e também as experiências deles com seus companheiros.
Uma pesquisa concluiu que a rejeição dos pais está altamente associada a problemas de saúde mental e comportamental. Por outro lado, a aceitação está ligada a resultados melhores nesse sentido.
Psicóloga Clínica Marílis Almeida