É impressionante como tantas coisas podem mudar em um intervalo de 40 ou 50 anos

É impressionante como tantas coisas podem mudar em um intervalo de 40 ou 50 anos

Ao observarmos o relacionamento dos pais com seus filhos e a educação dada a eles, podemos constatar algumas grandes transformações. E elas não vieram ao acaso.
Vamos pensar juntos, como eram constituídas a maioria das estruturas familiares há 50 anos atrás? Pai, mãe, filhos, avós e parentes próximos. Em sua maioria apenas os pais trabalhavam fora e assumiam a responsabilidade pela saúde financeira da família, ou seja, eram o que chamamos de provedores. As mães por sua vez, eram responsáveis pela educação dos filhos e a manutenção da casa, e caso necessário, haviam sempre parentes próximos para auxiliar nessa empreitada.

Hoje está tudo diferente. As mulheres ocuparam seu lugar no mercado de trabalho e alcançaram projeção profissional, fazendo com que a estrutura familiar sofresse mudanças. A maternidade foi repensada para ocorrer em torno de 30, 35 anos, quando a mulher já estivesse estruturada em sua profissão. Após o término da licença maternidade, as mulheres voltam a trabalhar deixando muitas vezes seus filhos em creches ou berçários, passando a conviver com eles por menos tempo. Os avós e parentes que eram próximos e estavam disponíveis já não estão mais na mesma medida. A terceira idade é vista e vivida de outra maneira, as prioridades são outras, não sobrando mais tanto tempo para o cuidado dos netos.
Esse ponto merece uma pequena pausa, pois o resultado dessa equação: pai + mãe trabalhando = menos tempo para os filhos, vem causando muita confusão e inversão de valores.

Os pais vêm sentindo muita culpa por sua ausência na vida dos filhos na maior parte do dia, e quando finalmente estão com eles invariavelmente não conseguem cumprir o papel de pais educadores, que explicam e colocam limites. Acabam muitas vezes sendo permissivos para não “estragarem” o pouco tempo que sobra. Como consequência os filhos se tornam “alfas” no núcleo familiar ditando as regras de convivência, e no mundo perdem as referências acreditando que são tão importantes quanto no seio da família, passando a não respeitar as regras, o espaço do outro e a demonstrar dificuldade em lidar com as frustrações.
Vocês talvez estejam refletindo sobre e se perguntando o que fazer.
Bem, é sabido que a situação econômica de hoje é outra e que muitas vezes possuir apenas uma entrada financeira já não é o suficiente para o sustento da família, além do fato de que as mulheres vêm lutando há anos pela igualdade social, o que engloba também o mercado de trabalho, dando-lhes o direito de realização profissional.

Posto isso, fica impossível ter um modelo de família como o do passado. Já não é possível para as mulheres serem mães em tempo integral e nem para os homens entenderem que essa função é majoritariamente das mulheres. Vê-se como necessário haver uma divisão igualitária de tarefas, onde ambos são responsáveis por tudo, inclusive pela educação dos filhos.
De posse desse conhecimento, não deveríamos nos sentir culpados e por conta disso impossibilitados de realizar a tão importante tarefa de educar e transformar nossos filhos em pessoas íntegras e realizadas. E sim, deveríamos agradecer a oportunidade de vivenciar o sentimento de amor sublime, incondicional e infinito, em toda sua plenitude.

Nossa vida é feita de escolhas. A todo momento, mesmo sem nos darmos conta estamos escolhendo uma coisa em detrimento da outra. A escolha de sermos pais dentro do contexto da vida moderna é uma delas
O casal deve lembrar que irão enfrentar essas dificuldades no momento da decisão de serem pais, portando não devem se sentir culpados pela falta de tempo e nem deixar de educar seus filhos por esse mesmo motivo.
A experiência da paternidade e maternidade é tão maravilhosa e tão maior que esses impasses. O papel de pais é um dos mais … que é uma grande pena vivê-los culpados ou pela metade.

Psicóloga Clínica Marílis Almeida

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